Renato Tupy
“Se, como Dom, Presente e Sina
A música toca e nutre
Esta alma-instrumento
Abro minhas portas a ela
Que abre seus portais em mim”
Renato Tupy - em “Essência da Vida”


Minha história...








Sou Música.
Renato Tupy “Renascido Flauta-em-Pé”, entrega e reverência total a essa divindade Música.
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Desde quando era eu um pingo de gente a música me acompanha e lapida meu ser; Meus pais bem notaram: “Essa criança escuta tudo, tem a antena ligada”, e de aí fui, da gaitinha pro cavaquinho, do cavaco ao...
“Mãe, quem tá tocando? Que instrumento é esse?” (fui enfeitiçado).
- Esse tio chama Paulo Moura, toca Clarinete.
- É esse que eu quero tocar! Clarinete!
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E chegou o Clarinete, aos meus 11 anos de idade.
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[Honro meus pais por terem reconhecido, possibilitado e valorizado o desenvolvimento desse Dom. Gratidão profunda!]
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- Agora é pra valer, meu filho, que esse brinquedo não foi barato – disse meu pai.
E tá valendo, até hoje!
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* O Clarinete: do choro ao riso num estalo;
Terra, Fogo, Água e Ar no mesmo caldeirão; Suavidade e Imponência; Príncipe negro de espírito Nobre e Indomável.
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A evolução foi rápida e notável, transitando entre escolas, big-band, orquestra, rodas de choro, bares, encontros familiares musicais, serenatas, muita escuta, e sempre os estudos noturnos na cozinha do apartamento.
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As noites enluaradas e o silêncio da madrugada me chamavam, e o Clarinete era espaçoso demais pra uma vizinhança tão apertada. Casei-me também com o Violão, aos 13 anos de idade.
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Estudei violão instrumental dos 15 aos 20 anos em conservatório, parceiro de noites, madrugadas e dias, incontáveis vivências de introspecção criativa, concentração e paciência, cumplicidade e silêncio. Junto ao violão aprendi a ser inteiro, só, e vivenciar o vazio da presença.
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Até os 21 anos, construí uma vida paralela, vivendo um personagem meio emburrado, crítico-intelectual-angustiado (carcaça familiar), deixando a música como um segredo, guardei meu maior tesouro entre quatro paredes com receio de perdê-lo ou sujá-lo na malacabagem urbana-humana.
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Me formei em Filosofia ocidental na universidade, 4 anos e meio de Conceitos, Paixões e Contradições, contrabalanceadas com muitas atividades físicas e viagens cada vez mais constantes e fundamentais.
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Na universidade vivenciei a distância entre o Conhecimento e a Prática, a diferença entre o Mestre e o Professor... me aproximei da Filosofia Oriental, de uma “vida filosófica”.
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Terminei correndo essa história pra começar outra nova...
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No dia seguinte fui embora, pra uma viagem sem volta: por os pés na terra, tirar as carcaças, me conhecer verdadeiramente.
Muitas andanças... mergulho e entrega. Morri. Renasci. Mãinha Bahia acolheu-me de braços abertos cheios de axé, e eu dei um abraço de urso nela.
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Conheci a leveza e a simplicidade, fui batizado em águas puras, no santuário grandioso que é a Natureza sem tantas mãos humanas, me abri para o sagrado e re-conheci a divindade em mim e no outro. Me abri para o canto e começaram a chegar as canções, uma atrás de outra, cada vez mais... guardiãs dos ensinamentos e dos encantos dessa jornada.
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A Vida ficou mais saborosa e foi me temperando, passou de passado a Presente. Peguei um gosto tremendo pela Vida! Tanto que me transbordava... nasceu um filho! Meu maestro: Fruto do Amor, Lago de Alegria, Obra-Prima. Depois vieram outros dois pra colorir e trazer mais axé e crescimento.
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Entre Bahia e Minas, há 10 anos levo uma vida simples dedicada à família, música, inspirações, construção de instrumentos musicais, comunhão com a Natureza e autoconhecimento.